Mudam-se os tempos mas podem e devem manter-se as vontades

O meu pai, prestigiado economista desta praça, bancário toda a vida, só comprou casa própria quando já tinha amealhado todo o dinheiro para a adquirir a pronto! A esta distância parece brincadeira, mas não é. Dizia também que, só se deve gastar o rendimento e, todos os meses, colocar de parte, uma parcela, transformando-o em investimento.
A realidade não mudou, transformou-se, os valores e referencias alteraram-se, o consumismo gratuito e desenfreado apoderou-se desta sociedade, talvez pelo apelo desmedido proveniente da publicidade mas, sobretudo pela vaidade exacerbada que tomou conta de todos. Outro dia li uma frase que ilustra esta situação – A VICIADA POLITICA DOS CRÉDITOS –Ninguém quer ficar atrás, As pessoas livram-se de produtos e objectos em óptimo estado só com a ganancia de comprar, por exemplo, um carro melhor do que o do colega!!
Depois, depois claro, que é ver as prestações e os pedidos de empréstimos sobre empréstimos com juros altíssimos.... um autentico desgoverno.
Criada, num esquema intelectualmente um pouco espartano, não partilho e não me agrada este Carnaval de desperdício e de vazio.
Numa entrevista, a que assisti na TV, com uma técnica da Deco, justamente sobre este tema, ela dizia e muito bem, só se deve ter encargos até 40% do rendimento mensal. De outra forma, é viver acima das respectivas possibilidades o que a prazo se transforma numa bola de neve com óbvias repercussões nefastas.
É hora de meditar sobre o assunto e cortar despesas disparatadas. Vamos a isso?