8 de março de 2009

Dia 8 de Março – Dia da Mulher - Catarina Eufémia uma lutadora

Presto a minha homenagem a todas as portuguesas que no seu dia a dia se levantam ainda de noite para tratar dos filhos, depois vão para os empregos onde trabalham que "nem uns homens" para depois voltarem para casa e reiniciarem as actividades que "nem umas mulheres"... e qdo se deitam, estafanadas, já a casa se encontra de novo em silêncio.


Para ilustrar esta luta pela igualdade de deveres e direitos trouxe-vos a Catarina Eufémia.


"Numa greve de trabalhadores agrícolas, ocorrida em 19 de Maio de 1954 na aldeia de Baleizão, um grupo de camponeses dirigiu-se à residência do patrão. Entre esses trabalhadores rurais, contava-se Catarina Eufémia, grávida e com um filho de oito meses o colo. Entre outras pretensões, reivindicava-se para as mulheres um aumento da jorna (salário de um dia de trabalho) de 16 para 23 escudos, na campanha da ceifa. No entanto, a GNR apareceu, como tantas outras vezes, acabando por intervir duramente. Para além dos tiros para o ar, de intimidação e para dispersar a concentração de camponeses, outros houve que tiveram um destino mais cruel e sangrento. De facto, o tenente Carrajola, da GNR, no caminho do grupo de assalariados para a casa do patrão, matara Catarina Eufémia com vários tiros, que caíra para o chão com o filho ao colo. Este assassinato a sangue-frio foi uma das mais brutais acções do regime de Salazar, causando uma revolta surda e contida entre as massas rurais alentejanas."



Aqui vos deixo a imagem da lutadora para quem quiser levar. É o meu presente do dia da mulher.




( inf recolhida da net).

9 comentários:

Um Poema disse...

....

Um excelente domingo, neste dia dedicado à mulher.

Um abraço

Jorge P. Guedes disse...

Assassinada pelo Tenente Carrajola da GNR a 19 de Maio de 1954 em Baleizão, Catarina tornou-se um estandarte da luta das mulheres contra a repressão.
Pobre assalariada rural, analfabeta, esta mulher foi morta a sangue frio quando se dirigia com outros trabalhadores para casa do patrão latifundiário, em greve de protesto contra as miseráveis condições dos assalariados rurais sazonais no Alentejo dos anos 40/50.
Uma das peças mais negras do regime de Salazar!

Uma merecida homenagem, esta que aqui lhe presta, Iscte!

Mare Liberum disse...

Fiz o ano passado um post semelhante a este e também a Maria Lamas. Coincidências!Estamos na vida, no mesmo lado M.!

Uma excelente homenagem a uma mulher que a ditadura não poupou carregando no ventre um filho. Tempos cruéis, inimagináveis e também inesquecíveis para que não voltem a repetir-se.

Bem-hajas, Mulher!

Iscte 72-77 disse...

Obg pelosa vossos comentários. Acho que todos concordamos com as escolhas que eu fiz!! E, Cata.Vento nós estamos realmente no mesmo lado da vida. Ainda bem que vos encontrei...

Que todos tenham um óptimo domingo. E, bem-hajas MULHER .

poetaeusou . . . disse...

*
Tanta seara continhas
Visível já nas entranhas
Em teu ventre a vida tinhas
Na morte certeza tenhas
Malditas ervas daninhas
Hão-de ter mondas tamanhas
Searas de grã estatura
De raiva surda e vingança
Crescerão da tua esperança
Ceifada sem ser madura

Teus destinos Catarina
Não findaram sem renovo
Tiveram morte assassina
Hão-de ter vida de novo
Na semente que germina
Dos destinos do teu povo
E na noite negra negra
Do teu cabelo revolto
nasce a Manhã do teu rosto
No futuro de olhos posto
,
desconheço o autor
,
conchinhas
,
*

helia disse...

É inteiramente justo relembrar a Catarina Eufémia neste Dia da Mulher e prestar-lhe Homenagem

Iscte 72-77 disse...

Obg pelos vossos comentários e o poema é muito bonito. Era mesmo o que faltava! Os meus agradecimentos.

gaivota disse...

linda esta homenagem que deixas aqui à Catarina, a representação daquele tempo...
já é noite, mas quero deixar aqui o meu Obrigada pela tua presença, Mulher!
bem hajas
beijinhossssssss

Riscos e Rabiscos disse...

Muito obrigada pela escolha criteriosa e de qualidade para assinalar o nosso dia!
Gostei de ler o episódio de Catarina Eufémia, Mulher determinada na defesa de melhores condições laborais, não conformista com o contexto da época. Infelizmente custou-lhe a vida... sendo hoje um ícon

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Obrigado pelo comentário

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