As (muitas) mentiras escritas em currículos
por PATRÍCIA JESUS
Hoje Maquilhar o CV (curriculum vitae) é comum, dizem técnicos de recrutamento, mas omissões são mais habituais que mentiras descaradas. Conhecimento de línguas e informática é mais exageradoSobrevalorizar o domínio de línguas estrangeiras e de programas informáticos é a mentira mais comum nos currículos que chegam às empresas de recrutamento de pessoal. Não há números, mas uma percentagem significativa dos CV são "maquilhados" - contêm omissões, exageros e mentiras, dizem os profissionais contactados pelo DN. As "imprecisões" afectam também datas, formação e funções desempenhadas. E há até quem invente cursos superiores."É raro mas já aconteceu um candidato dizer que tinha uma licenciatura sem nunca ter frequentado a universidade", explica Ana Cardoso, responsável pela área de recrutamento da Egor, empresa que recebe cerca de 70 mil currículos por ano. Mentiras que são facilmente detectadas quando se faz a costumeira verificação dos factos, diz. Mais comum é os candidatos omitirem que faltam cadeiras para concluir o curso e apresentarem-se como licenciados.Ilda Alexandre, que durante 15 anos dirigiu departamentos de recursos humanos de empresas de segurança, diz que mentir quanto às habilitações é ainda mais frequente quando se trata do ensino obrigatório. "Quando é um dos requisitos, há muitos candidatos que dizem que têm o 9º ano e depois frequentaram apenas o terceiro ciclo". Ou seja, concluíram o 6º ano. Além disso, a auto-avaliação dos conhecimentos de línguas e de informática "pende sempre a favor do candidato"... e contra a verdade, diz Duarte Ramos, da Hays, que recebe mais de mil contactos por dia. "Muitos dizem-se fluentes em inglês no CV e durante a entrevista não conseguem manter uma conversação básica", conclui. "Muitas vezes as pessoas não têm noção, mas às vezes é propositado", considera Ana Cardoso. Para João Carlos da Costa, da empresa de recrutamento Jobfair, isso nota-se sobretudo com o espanhol. "O falar português com sotaque espanhol leva a afirmar que possuem conhecimentos orais e escritos da língua", quando não é verdade, diz. As mentiras sobre os empregos anteriores passam sobretudo por alterações às datas e "embelezamento" das funções, diz Ilda Alexandre. "Às vezes estiveram seis meses numa empresa mas dizem que estiveram um ano, para encobrir períodos de desemprego que têm dificuldade em explicar", diz.Mas também há os que esticam a verdade até ao inverosímil, como um "rapaz que no currículo garantia que aos 12 anos já era responsável pela cozinha de um restaurante de uma cadeia de fast food", conta uma técnica de recursos humanos de um hotel lisboeta.Promoções "a posteriori" são comuns. "As pessoas têm tendência escrever 'responsável por' quando na verdade não eram responsáveis por nada", conta Duarte Ramos, da Hays. "Já tivemos casos de simples vendedores que no CV se intitulam responsáveis pelo departamento", diz Ilda Alexandre. Por outro lado, há informações desnecessárias que acabam por prejudicar tanto como as mentiras. "Há tonterias que me fazem por um CV de lado. Enviar fotografias na praia ou com poses pouco indicadas para a vida profissional, por exemplo", diz Ilda Alexandre. "Já recebemos fotografias em A4, com candidatos junto à piscina de fato-de-banho, para funções na banca", diz Ana Cardoso. "É falta de bom-senso, uma ferramenta essencial para fazer um CV", conclui.
O passo a passo da Lili
-
Depois de cortar o tecido e de o coser é a vez de voltar as partes e depois
de as encher, voltar a coser umas às outras.
Ora vejam...
Se ficam com dúvidas...
Há 13 anos
2 comentários:
Mas será que o conteúdo do Curriculum não vai ser avaliado? E será que não é obrigatório apresentar documentos comprovativos da veracidade do que está escrito no Curriculum? No meu tempo tudo o que se escrevia no Curriculum tinha de ser comprovado.Mas também é verdade que nos tempos de hoje tudo é diferente...
já digo como a hélia, no meu tempo...
de resto, é a realidade do que se passa!
beijinhos
Enviar um comentário